quinta-feira, 16 de junho de 2011

ROMANCE, parte VIII

VIII

Ainda naquele dia, Lara adentrou e foi logo querendo saber o que estava
causando tanto entusiasmo. Fazia poucos dias que a mesma havia chegado à cidade e este era seu primeiro contato com a turma.

Após recepcionarem Lara, numa euforia que só vendo, contaram para ela
que Antonieta, agora era moça comprometida (risos, muitos risos).

Lara ouviu, brincou e em seguida disse:
 -já que o assunto é o amor confesso que estou amando, novamente.

Lara tinha um jeito descolado, não perdia tempo.

Por ser uma jovem muito bonita, extrovertida e de boa conversa, atraia
facilmente a atenção da rapaziada.

Não ficava por muito tempo sem namorado e sempre investia na relação
por acreditar que o “seu amor” estava à espreita.

Diante da confissão de Lara as amigas queriam saber tudo sobre o novo pretendente.

Mas para decepção da turma Lara relatou que o rapaz lhe fora
apresentado na noite anterior, que  trocaram  uma meio dúzia de palavras e que esperança dela estava atrelada a festa de confraternização, pois soubera que o jovem estava dentre os convidados.

Depois de colocarem os papos em dia as jovens se recolheram, pois
na manhã seguinte teriam que acordar cedo para dar conta dos últimos
preparativos, pois o dia da festa já estava próximo.    

terça-feira, 14 de junho de 2011

ROMANCE, parte VII

VII

Com a proximidade da data da confraternização a ocupação aumentava,
eram muitos os preparativos o que acabou por absorver o tempo e os
pensamentos de Beatrice.
Tudo era feito com muita dedicação, carinho, diversão e alegria.
A cada ano o novo grupo se esmerava para inovar e aprimorar os atrativos
da confraternização.
Até então as festividades iniciavam com um delicioso café da manhã seguido por jogos,  rodas de conversas,  competições, enfim variadas e
divertidas brincadeiras.
O almoço era servido quase no meio da tarde e se estendia até a noitinha,
ao som de um conjunto musical.
Os organizadores queriam surpreender, sendo assim resolveram fazer
algumas mudanças.
Manteriam o café da manhã e demais atividades, mas o almoço seria
servido mais cedo e fariam um intervalo para descansarem porque, para a noite, programaram um baile que seria animado por uma  orquestra.
Em meio a tantas providencias e novidades nem percebiam o tempo
passar.
Neste meio tempo a irmã de Lúcia, Antonieta, chegara à cidade. O que foi
motivo para se reunirem numa roda de conversa e petiscos.
A jovem contava as novidades do país aonde vivia, com desenvoltura e satisfação, demonstrando já estar integrada nos costumes locais.
Relatou que tinha um namorado e antes que perguntassem, informou que
ele viria sim para a festa, mas que chegaria à véspera, pois ficara preso por
razões profissionais. O rapaz residia no mesmo país que a jovem.
Como toda a pessoa enamorada,  falava dele com muito entusiasmo, dizia
ser um rapaz bonito, inteligente, cordial, trabalhador e acima de tudo
afirmou estar perdidamente apaixonada.
Os relatos de Antonieta, inquietaram Beatrice remetendo seus pensamentos
para a pessoa de Fernando, lamentando não ter se dado uma chance de
conhecer, melhor, o rapaz. Mas a folia era tamanha que logo ela se voltou
para a conversa do grupo.
Em meio a balburdia e muito riso o grupo de jovens aconselhou Antonieta
a conservar o rapaz no seu país de origem, bem distante da festa, afinal
partido assim não era fácil de encontrar. Bem, estava feito o batismo de
Antonieta. Agora ela estava no rol das moças comprometidas.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

ROMANCE, parte VI

VI

No dia seguinte, tão logo tomou o café, se apressou em ligar para Lúcia.
Eufórica, a amiga relatou que estava muito feliz porque sua irmã caçula, Antonieta, estava para chegar à cidade, certamente com muitas novidades para contar.
Lucia tinha cinco irmãos sendo três mulheres e dois homens.
De todos os irmãos, Antonieta foi a única que após completar os estudos, permaneceu residindo no exterior.
Razão pelo qual era difícil se encontrarem e já fazia um bom tempo que ela não vinha a sua terra Natal.
Nos dias que se seguiram Beatrice se reunia constantemente com os organizadores da festa.
Mesmo ocupada com os preparativos, a jovem não deixava de pensar em Fernando e arquitetava várias maneiras de voltar a vê-lo.
Lúcia incentivando a amiga chegou até a sugerir que deveriam enviar um convite para os membros graduados da unidade militar local.
Ela se propôs a ir até a unidade e solicitar uma lista, garantindo, deste modo, que ele seria convidado.
Ocorre que por mais que Beatrice almejasse rever o rapaz, o medo voltava a rondar-lhe o espírito.
Este medo agigantou-se, naquela noite que ela observava as nuvens dançar ao som do violão de Inácio, dando passagem à luz imponente da lua.
Após Rosa e Inácio se retirarem ela ainda permaneceu por um longo tempo na varanda, recostada na rede.
Ao explorar o alcance da luz da lua deparou-se com a frondosa figueira, totalmente iluminada, dava para ver, nitidamente, os arranhões causados pelo touro.
Metaforicamente, concluiu que assim como a figueira ela também ficara marcada.
Reviveu a cena passo a passo, até chegar ao momento em que fugira do quartel.
Naquele dia ela fora a procura do rapaz, tomara a iniciativa de tentar revê-lo e muito embora retirou-se antes de saber o desfecho, seria  sensato que  aguardasse por um movimento do militar. Afinal ele tinha sido noticiado que ela o procurara.
Por assim pensar decidiu que não o procuraria e se ele não tentasse revê-la seria forçoso admitir que se enganara. O que lhe gerou uma profunda angústia e ansiedade mas era o mais correto a fazer.
Sempre fora controlada e por mais que doesse não iria  se expor.
De maneiras que convenceu a amiga que não seria de bom tom convidar somente os graduados da unidade  militar  e convidar todos os militares, ali baseados, seria um exagero não teria fundamento. As pessoas não iriam entender.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ROMANCE, parte V

V

Tão logo adentrou na casa, foi fazendo as brincadeiras de costuma.
Rosa percebeu que a jovem tentava ser natural mas como a conhecia muito bem,  de imediato soube que havia novidades e tão logo se viu sozinha com Beatrice,  perguntou se ela tinha reencontrado o militar.
Pela primeira vez a jovem não falou a verdade para Rosa, respondendo que não havia encontrado o rapaz e que noutra oportunidade tentaria novamente  e que isto  já não era tão importante para ela.
Rosa entendeu a atitude de Beatrice, ademais respeitava e apoiava as decisões da moça. De há muito compreendera que por mais íntimas que fossem, num ou noutro momento seria natural que ela não participasse da vida da jovem.
Beatrice, foi logo em direção ao fogão de lenha especular o que estava sendo preparado para o jantar.
O misto de aromas doces e salgados lhe fez salivar, principalmente quando
deparou-se com  o ambrosia, sua  sobremesa predileta.
A família fazia as refeições na cozinha, junto a uma grande mesa, como era de costuma na fazenda.
Quando se acomodaram para o jantar, Rosa noticiou a Beatrice que Lucia telefonara e deixara recado para que ela retornasse a ligação.
Lucia fazia parte do grupo de amigos, cultivados desde a infância.
Assim como Lúcia e ela, outros amigos vinham à fazenda durante as férias.
Apenas alguns moravam na região, a maioria residia na capital.
Era costume prepararem uma festa anual, cujo o objetivo era a
confraternização e o reencontro das famílias dos fazendeiros e demais pessoas  amigas que faziam parte da comunidade local.
A cada festa era eleito um novo grupo que ficaria responsável pela a comemoração seguinte e neste ano Lúcia e ela integravam o grupo de organizadores.
Findo o jantar, todos se reuniram na varanda para ouvir Inácio, tocar violão.
Beatrice sentou-se na rede, recostando-se um pouco, tentando ordenar seus pensamentos, e ficou observando o céu.
Aquela semana tinha sido de chuvas, com pequenos intervalos, mas agora restavam poucas nuvens e a luz da lua se tornava cada vez mais forte.
Aos sentidos de Beatrice tudo se tornara mágico, imaginava que as nuvens se movimentavam numa dança lenta, ao som do violão, dando passagem a lua, majestosa, a propiciar uma claridade que permitia apreciar a copa das árvores, próximas a varanda.
Nesta época do ano estavam cobertas de flores, exibindo as mais diversas tonalidades de cores e o perfume exalado pelas frutas do pomar, complementavam o cenário.
Assim permaneceu até que e Inácio e Rosa vieram lhe dar boa noite.