sábado, 2 de julho de 2011

ROMANCE, parte IX

IX


Na residência de sua família, em seu quarto, ouvindo uma boa música, Lara
relembrava como conhecera o rapaz.

Fora durante o jantar de boas vindas, oferecido por sua família, o que era de costume quando vinha visitá-los.

Augusto, tio de Lara, quando avisado do jantar, mencionou que gostaria de
trazer um colega de farda. Ao que a família não se opôs.

A chegada da Lara movimentava a casa, todos ficavam alvoroçados e em
meio a tantas novidades ninguém lembrou de mencionar que o tio traria um
amigo.

À noitinha os familiares da jovem  se reuniram na varanda, junto à sala de
jantar, todos concordavam ser o lugar ideal para recepcionar os convidados.

A varanda era guarnecida com amplas poltronas, de vime, almofadadas.
Nas extremidades do assoalho, amadeirado, podia-se admirar lindas
floreiras de cerâmica, cheinhas de violetas, nas mais diversas cores.
A decoração era obra da mãe de Lara, dona Leonora, exímia dona de casa.

Aos poucos as pessoas iam chegando, se acomodando e dando início à
conversas animadas.

Num dos grupos, a voz de Carlos, primo de Lara, se sobressaia.
Por ser um rapaz carismático, conversador enfim um animador nato, não
precisava fazer esforço para atrair a atenção dos convidados. Aonde ele
estava a diversão era garantida.


Foi em meio a boas gargalhadas que Lara sentiu alguém tocar-lhe o ombro,
era Augusto, seu tio, acompanhado de um rapaz que ela não conhecia. Apesar de surpresa, a jovem agiu naturalmente.
Augusto fez as apresentações, informando que o rapaz era seu amigo e colega.

A seguir o tio e o rapaz foram cumprimentar os demais presentes e, após breves conversas, retornando para o grupo, pois a atuação  de Carlos era simplesmente contagiante.

Embora atenta as brincadeiras, Lara não podia deixar de observar as atitudes do militar.

A primeira impressão que teve do jovem é que fosse introvertido, mas para sua surpresa o militar ria com gosto das tiragens de Carlos, demonstrando estar à vontade e se divertindo.

Lara concluiu que despido da seriedade que a profissão lhe impunha, o militar era simpático, agradável, entabulava conversa com desenvoltura, transparecendo ser culto e sensível.