terça-feira, 4 de junho de 2013

ROMANCE, parte XIX

XIX

Obviamente que Dinarte tomou o cuidado de escolher
suas acomodações no lado oposto das de Lara.
O transatlântico era magnífico, perfeito em todos os
sentidos, os turistas circulavam inebriados.
A viagem teria a duração de 15 dias, tempo suficiente
para o colóquio entre Lara e Dinarte, por esta razão
ele decidiu jantar na suite, assistir um filme, enfim relaxar.
Lembra que, em verdade, estava temeroso pelo
desfecho, afinal decidira invadir a privacidade da
jovem, atitude que poderia frustrar a reaproximação.

Dinarte foi arrancado de seus pensamentos pela voz
do piloto do avião, informando que iriam passar por
um trecho com turbulência.

Assim que o voo se normalizou, iniciaram a servir a
bebida e o lanche.

Bebericando o vinho, as lembranças o absorveram e
conduziram para o transatlântico, mais precisamente
para o momento em que encontrou Lara.


Dinarte acordou bem cedinho e dirigiu-se para a área
das piscinas mais próximas das acomodações de Lara.

Escolheu uma mesa num lugar sossegado e pediu o
desjejum.

O rapaz tinha conhecimento de que Lara adora se
deliciar ao sol, assim como gosta da agitação das
pessoas, o que lhe deu a certeza de que ela não optaria
por ficar tomando sol a beira da piscina de sua suíte.

Não demorou muito para vislumbrar, à distância, a
silhueta de Lara.
Dinarte observava o quanto ela era linda.
A jovem andava com graça, formosura e sensualidade.
A saída de banho, floral, ressaltava ainda mais sua
beleza, os cabelos longos, presos junto a nuca, sob o
chapéu de cor cru, lhe imprimiam um ar de sutil
sobriedade.
  
A jovem recostou-se numa cadeira à beira da piscina,
colocou o chapéu sobre os olhos e se deixou acariciar
pelo sol.

Dinarte lembra que, decidido, levantou-se e foi se aproximando de Lara.
A ansiedade e a expectativa faziam com que se movimentasse lentamente.
Quando Dinarte chegou junto a Lara ela continuava na mesma posição, então ele falou:
- Enfim te encontrei, Garota!

O rapaz presenciou a jovem saltar da cadeira e se
colocar a sua frente, atônita.
Naquele momento, ele gelou, pensou que teria sido um erro, tamanho era o espanto da jovem.
Vencido o impacto Lara se apressou em falar:
- Então, cá estamos nós, me diga como você me
localizou e não me subestime, sei que não foi casual.
- Para você ver, garota, muita gente, assim como eu,
acredita no sucesso do nosso relacionamento, razão pelo qual vim até aqui, quero ouvir de você, olho no olho quais as minhas chances, e se a resposta for um não, você tem minha palavra, saio definitivamente de sua vida. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

ROMANCE, parte XVIII




XVIII

Dinarte desceu do taxi, no aeroporto, apressado, providenciou os trâmites para o embarque, por
pouco não perdeu o voo, o que seria imperdoável pois sua filha Marina estava lhe aguardando para a festa de aniversário.
A decolagem foi perfeita, acomodado e sossegado
colocou os fones de ouvido. Pensava em como o
tempo passou rápido, sua filha estava completando
dez anos de idade.
A seguir remeteu seus pensamentos para a ocasião em
que após revelar a existência de Marina para Lara,
viajou a trabalho deixando a jovem à vontade para
decidir se estaria disposta a formar uma família com Marina e ele.
Quando retornou de viagem não encontrou Lara.
Não ficou surpreso, entretanto ficou muito triste.
Nutria a esperança de que a jovem vencesse o medo, que restou estampado em seus olhos e face no dia do embarque.

Ao constatar que Lara estaria fugindo da situação por
medo, o primeiro impulso foi desconsiderar o livre
arbítrio e  procurar   pela jovem, mas decidiu aguardar
porque  ela sabia a data em que ele retornaria da
viagem, seria prudente não se precipitar.

Augusto, tio de Lara, amigo e confidente de Dinarte
era de opinião que ele deveria procurar pela jovem.
Revelou que sempre que o assunto era o rapaz, notava que Lara ficava com os olhos marejados.
Alicerçava sua argumentação no fato que, desde
então, a sobrinha não tinha se envolvido com mais
ninguém, o que era uma forte evidência de que
continuava apaixonada por Dinarte.

Os pensamentos de Dinarte foram interrompidos pela
comissária de bordo que lhe oferecia o almoço.

Após o almoço, recolocou os fones e enquanto ouvia
uma boa música, observava as nuvens que mais
pareciam flocos de neve se dissipando ao calor do sol,
que hora ou outra se deixava entrever.
O cenário mágico o reportou novamente para o
passado, não muito distante.

Sorrindo, recordava que os cupidos se multiplicavam,
amigos, amigas e familiares, enfim uma tropa de peso,
todos empenhados em reaproximar o par.
O argumento era sempre o mesmo, eram unânimes em
afirmar que o fato de Lara não estar namorando outra pessoa era o bastante para terem a certeza de que o
coração da jovem  estava atrelado ao  de Dinarte.

Tanto esforço resultou em que uma das jovens contou
para ele que Lara ia viajar em férias, num cruzeiro,
por toda a costa.
A amiga de Lara, tentava convencer Dinarte de que
era uma excelente oportunidade para um reencontro. Dinarte lembra que achou  uma ótima ideia. Recorda que de imediato providenciou a passagem e em menos de um mês embarcou no mesmo navio em que Lara se encontrava. A sorte estava lançada.