ROMANCE, parte XXVI
O torneio
foi um sucesso, como sempre, Beatrice continuava colecionando medalhas.
O tempo que
lhe restava, dedicava a passear com seu amigo, Adalberto,
este se
incumbia em conduzi-la aos mais belos e
interessantes recantos da
região.
Num dos dias, viajaram de trem,
contornado as montanhas, Beatrice não cabia
em si de tanta euforia.
O destino era uma pequena cidade,
encravada nas montanhas.
Lá chegando, após bebericarem deliciosos
sucos de frutas nativas,
iniciaram uma incursão nos arredores
da cidade.
Chegaram até uma pequena trilha que os
conduziu a um restaurante.
Este fora construído num espaço que a
natureza, generosamente, reservara
para o homem desfrutar.
A vista da varanda direcionada para
um braço de mar com águas,
esverdeadas, translúcidas e de uma
calmaria estonteante.
Beatrice e Adalberto escolheram uma mesa
junto ao solar da varanda.
Após apreciarem a paisagem
solicitaram o cardápio.
Optaram pelos pratos típicos.
Durante a refeição Breatrice questionou o
amigo:
- pela recepção concluo que você é um
frequentador assíduo.
- com certeza este é um local que vindo a primeira vez vai
retornar sempre.
Ao final da refeição desceram uma
longa escadaria e iniciaram uma
caminhada em direção ao mar.
Seguiram por uma calçada em meio aos
coqueirais, a magia os
companhava.
-Adalberto, olha que residência
linda!
-Maravilhosa, o proprietário é o dono
do restaurante e da área contígua,
vindo até a residência.
Ah, lá está ele, aquele homem
jovem caminhado junto ao mar.
-Você o conhece?
- Claro! Vamos até lá! Richard é uma
pessoa muito tranquila e sociável, vai
gostar de te conhecer.
Num instante pularam a mureta que os
separava da areia e caminharam em
direção, Richard percebendo a
aproximação veio ao encontro deles.
-
Olá, quero lhe apresentar minha amiga e colega de profissão, Beatrice
Beatrice se aproximou, estendeu a mão, que foi acolhida pela de Richard e
neste
instante seus olhares se cruzaram e um turbilhão de emoções
tomou
conta da jovem “ aquele olhar absorveu-lhe os sentidos
repousando em seu âmago de um modo natural. As sensações que se seguiram eram
de amparo, tranquilidade, como um abraço terno, meigo e transcendente”
- Beatrice, Beatrice, você esta se sentindo
melhor
Beatrice, ainda com os olhos turvos
percebeu que estava num hospital.
- O que aconteceu, porque estou aqui?
- Calma minha amiga, vou te explicar
tudo.
- O médico falou que você teve um
desmaio seguido de negação de
consciência o que a levou a um sono
mais profundo e demorado.
- Você passou a noite na clínica, o médico perguntou se você
tinha passado por emoção traumática.
- contei do nosso passeio até o momento em que você perdeu os
sentidos.
O médico conclui que provavelmente foi uma crise de stress,
você está
longe de tua filhinha, participou do concurso, que foi bem
puxado, e viveu
emoções fortes, conheceu e visitou a região sonhada.
- Aos poucos, Beatrice se deu conta do motivo que a
desestabilizou,
mas silenciou, pois já estava se sentindo bem e tudo o que
precisava era retornar para casa,
colocar as ideias no lugar, morria de saudades da filhinha, de Rosa, Inácio e
de todos os demais, de seu bem querer.
O médico lhe deu alta e a tranquilizou, mas aconselhou que
uma vez em
casa, providenciasse em exames de rotina.
Em dois dias, Beatrice retornou para seu país.
Durante a viagem, seus pensamentos teimavam em voltar aquela
praia e despertar nela muita aflição e questionamentos. Ainda sentia vivo o
calor da mão de Richard, e aquele olhar? Como entender a presença de Fernando
na pessoa de Richard?