segunda-feira, 6 de junho de 2011

ROMANCE, parte V

V

Tão logo adentrou na casa, foi fazendo as brincadeiras de costuma.
Rosa percebeu que a jovem tentava ser natural mas como a conhecia muito bem,  de imediato soube que havia novidades e tão logo se viu sozinha com Beatrice,  perguntou se ela tinha reencontrado o militar.
Pela primeira vez a jovem não falou a verdade para Rosa, respondendo que não havia encontrado o rapaz e que noutra oportunidade tentaria novamente  e que isto  já não era tão importante para ela.
Rosa entendeu a atitude de Beatrice, ademais respeitava e apoiava as decisões da moça. De há muito compreendera que por mais íntimas que fossem, num ou noutro momento seria natural que ela não participasse da vida da jovem.
Beatrice, foi logo em direção ao fogão de lenha especular o que estava sendo preparado para o jantar.
O misto de aromas doces e salgados lhe fez salivar, principalmente quando
deparou-se com  o ambrosia, sua  sobremesa predileta.
A família fazia as refeições na cozinha, junto a uma grande mesa, como era de costuma na fazenda.
Quando se acomodaram para o jantar, Rosa noticiou a Beatrice que Lucia telefonara e deixara recado para que ela retornasse a ligação.
Lucia fazia parte do grupo de amigos, cultivados desde a infância.
Assim como Lúcia e ela, outros amigos vinham à fazenda durante as férias.
Apenas alguns moravam na região, a maioria residia na capital.
Era costume prepararem uma festa anual, cujo o objetivo era a
confraternização e o reencontro das famílias dos fazendeiros e demais pessoas  amigas que faziam parte da comunidade local.
A cada festa era eleito um novo grupo que ficaria responsável pela a comemoração seguinte e neste ano Lúcia e ela integravam o grupo de organizadores.
Findo o jantar, todos se reuniram na varanda para ouvir Inácio, tocar violão.
Beatrice sentou-se na rede, recostando-se um pouco, tentando ordenar seus pensamentos, e ficou observando o céu.
Aquela semana tinha sido de chuvas, com pequenos intervalos, mas agora restavam poucas nuvens e a luz da lua se tornava cada vez mais forte.
Aos sentidos de Beatrice tudo se tornara mágico, imaginava que as nuvens se movimentavam numa dança lenta, ao som do violão, dando passagem a lua, majestosa, a propiciar uma claridade que permitia apreciar a copa das árvores, próximas a varanda.
Nesta época do ano estavam cobertas de flores, exibindo as mais diversas tonalidades de cores e o perfume exalado pelas frutas do pomar, complementavam o cenário.
Assim permaneceu até que e Inácio e Rosa vieram lhe dar boa noite.

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