XVIII
Dinarte
desceu do taxi, no aeroporto, apressado, providenciou os trâmites para o
embarque, por
pouco
não perdeu o voo, o que seria imperdoável pois sua filha Marina estava lhe
aguardando para a festa de aniversário.
A
decolagem foi perfeita, acomodado e sossegado
colocou
os fones de ouvido. Pensava em como o
tempo
passou rápido, sua filha estava completando
dez
anos de idade.
A
seguir remeteu seus pensamentos para a ocasião em
que
após revelar a existência de Marina para Lara,
viajou
a trabalho deixando a jovem à vontade para
decidir
se estaria disposta a formar uma família com Marina e ele.
Quando
retornou de viagem não encontrou Lara.
Não ficou
surpreso, entretanto ficou muito triste.
Nutria
a esperança de que a jovem vencesse o medo, que restou estampado em seus olhos e
face no dia do embarque.
Ao
constatar que Lara estaria fugindo da situação por
medo,
o primeiro impulso foi desconsiderar o livre
arbítrio
e procurar pela jovem, mas decidiu aguardar
porque ela sabia a data em que ele retornaria da
viagem,
seria prudente não se precipitar.
Augusto,
tio de Lara, amigo e confidente de Dinarte
era
de opinião que ele deveria procurar pela jovem.
Revelou
que sempre que o assunto era o rapaz, notava que Lara ficava com os olhos
marejados.
Alicerçava
sua argumentação no fato que, desde
então, a
sobrinha não tinha se envolvido com mais
ninguém,
o que era uma forte evidência de que
continuava
apaixonada por Dinarte.
Os
pensamentos de Dinarte foram interrompidos pela
comissária
de bordo que lhe oferecia o almoço.
Após
o almoço, recolocou os fones e enquanto ouvia
uma
boa música, observava as nuvens que mais
pareciam
flocos de neve se dissipando ao calor do sol,
que hora
ou outra se deixava entrever.
O
cenário mágico o reportou novamente para o
passado,
não muito distante.
Sorrindo,
recordava que os cupidos se multiplicavam,
amigos,
amigas e familiares, enfim uma tropa de peso,
todos
empenhados em reaproximar o par.
O
argumento era sempre o mesmo, eram unânimes em
afirmar
que o fato de Lara não estar namorando outra pessoa era o bastante para terem a
certeza de que o
coração
da jovem estava atrelado ao de Dinarte.
Tanto
esforço resultou em que uma das jovens contou
para
ele que Lara ia viajar em férias, num cruzeiro,
por
toda a costa.
A
amiga de Lara, tentava convencer Dinarte de que
era uma
excelente oportunidade para um reencontro. Dinarte lembra que achou uma ótima ideia. Recorda que de imediato providenciou
a passagem e em menos de um mês embarcou no mesmo navio em que Lara se encontrava.
A sorte estava lançada.
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