segunda-feira, 30 de maio de 2011

ROMANCE, parte I

Beatrice estava sentada, junto à mesa da cozinha, quando escutou um forte estrondo, vindo do lado oposto do casarão.
Assustada correu para a varanda deparando-se com uma cena hilária.
Um enorme touro, insistentemente, batia com os chifres contra uma frondosa figueira.
Rapidamente correu os olhos pela propriedade tentando entender de onde teria surgido o animal.
Logo avistou uma tropa de cavalaria, chegando apressada ao local.
Em seguida um militar apeou do cavalo, laçou e dominou o animal.
Em meio a tantos atropelos, a jovem se surpreendeu admirando o comandante da tropa, um rapaz aparentando uns trinta anos,imponente no seu uniforme militar.
Após dominar o animal o militar aproximou-se da varanda noticiando que
providenciaria, junto ao exército, no ressarcimento de todos os danos
causados.
Ao deparar-se com o olhar do jovem, por segundos, a moça não conseguiu
raciocinar, aquele olhar absorveu-lhe os sentidos, repousando em seu âmago de um modo natural.
As sensações que se seguiram eram de amparo, tranqüilidade, como um abraço terno, meigo e transcendente.
Aos poucos o encantamento deu lugar à razão, afinal seria necessário dar continuidade a conversa, tratar da reparação dos danos materiais, que na verdade se resumiu a um trecho de cerca avariado e algumas roupas rasgadas nos varal, pois a figueira resistiu bravamente, marcada apenas por alguns arranhões.
A seguir o comandante chamou o imediato, solicitando-lhe que provi-denciasse no arrolamento dos prejuízos causados pelo animal.
Concluindo que o incidente estaria contornado e que o militar estava
prestes a se retirar, Beatrice apressou-se em perguntar-lhe o nome, tentando disfarçar,com dificuldade,suas emoções.
O militar, já montado em seu cavalo, respondeu:
-me chamo Fernando José de Matos a seu dispor, senhora. E a senho-ra,como se chama?
- Beatrice Almeida Rodrigues e pode me tratar por senhorita, senhor.
O militar, despediu-se com um sorriso franco, deixando transparecer que a pessoa da jovem não lhe teria sido indiferente.
Enquanto acompanhava a retirada da cavalaria, até aonde os seus olhos
permitiram, Beatrice se perguntava se algum dia voltaria a sentir tamanho enlevo

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