III
O episódio do touro chifrando a figueira resultou em felicidade, tristeza, enfim marcou a vida de Beatrice.
Passado duas semanas chegou uma correspondência da unidade do exército local, noticiando que o numerário dos prejuízos causados pelo touro já estava à disposição para pagamento.
Quando Rosa entregou a correspondência a Beatrice, não conseguiu evitar um sorrisinho maroto, com o carinho e a preocupação que as mães nutrem por sua prole, ansiosa pelo momento em que a jovem realizasse o sonho de viver um lindo e verdadeiro amor.
Rosa soube do fato tão logo a tropa de cavalaria desapareceu na curva da estrada, momento em que a jovem, eufórica, a procurou, relatou o ocorrido e admitiu ter ficado impressionada com a pessoa de Fernando.
Com o documento em mãos Beatrice vislumbrou a oportunidade de reencontrar o militar. Muito embora soubesse que não seria nada fácil pois ele poderia estar cavalgando, em manobras.
Não contendo a ansiedade, na manhã seguinte, a jovem levantou-se bem cedinho arrumou-se demorada e detalhadamente e rumou para a cidade.
Chegando ao quartel dirigiu-se ao local indicado, apresentou o documento, recebeu o dinheiro e se retirou.
Quando saiu para o pátio se deu conta de que não seria adequado transitar pelas dependências do quartel tentando um encontro casual, isso denotaria uma atitude infantil.
Sendo assim resolveu ser direta, dirigiu-se ao setor de informações e perguntou se o Sr. Fernando José de Matos se encontrava no quartel, referindo que gostaria de agradecer, pessoalmente, pela celeridade do providenciado por esse.
O atendente respondeu afirmativamente e se retirou para localizar o militar.
A jovem ficou assustada ante a rapidez com que poderia voltar a olhar para ele e não teve dúvidas, saiu às pressas sem olhar para trás.
Beatrice fugiu amedrontada e arrependida, quase chorando.
Ao chegar na fazenda, antes mesmo de entrar no casarão, foi refugiar-se no jardim, precisava ficar sozinha refletindo no porquê de sua atitude.
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